Sistema Linfático

Apesar do sangue levar os materiais às células e remover todos os restos da atividade celular, ele não entra em contato direto com essas células. A comunicação entre o sangue e os tecidos é feita pelo sistema linfático.

No sistema linfático (fig.1) os capilares são extremamente "mal vedados", permitindo a passagem de leucócitos e uma variedade de nutrientes, algumas pequenas proteínas e água. A passagem se dá através de aberturas entre as células de suas paredes ou através de suas próprias células por difusão. Os eritrócitos e grandes proteínas são retidos na parte interna dos capilares. O fluído que deixa os capilares é quase idêntico ao plasma do sangue mas perde a maior parte de suas proteínas. Este fluído é um meio que banha todas as células e chama-se fluído intersticial, através do qual nutrientes, gases e resíduos são trocados entre o sangue capilar e as próprias células.

O sistema linfático estabelece uma ligação essencial entre a corrente sanguínea e o fluído que banha as células desempenhando uma função adicional na defesa que é lançar na corrente sanguínea anticorpos para a defesa do corpo contra invasores externos.Inclui um elaborado sistema de vasos semelhantes aos capilares e veias, que desembocam no interior de grandes veias do sistema circulatório. Uma é o ducto torácico, que se abre na veia subclávia esquerda, e a outra é a grande veia linfática, que termina na veia subclávia direita. 

Tal como capilares sanguíneos, os capilares linfáticos formam uma complexa rede de vasos com paredes muito finas no interior das quais substâncias podem mover-se facilmente. Este movimento é facilitado por uma única estrutura de capilares linfáticos, que são formados de células com aberturas entre elas que funcionam como uma válvula de passagem única; elas permitem o fluxo direto de entrada do líquido e em seguida fecham-se nesse ponto (fig.2). A pressão causada pelo acúmulo gradual do fluído intersticial força o excesso a entrar nos capilares linfáticos através dessas aberturas. Logo que entra nos vasos linfáticos, esse fluído recebe o nome de linfa. Em contraste com os capilares sanguíneos, os capilares linfáticos acabam em fundo cego revestido por células com minúsculos espaços entre elas. O fluído que é coletado nos vasos linfáticos é movido para diante como o sangue nas veias. Grandes vasos linfáticos tem paredes um tanto musculares, mas muito do impulso para o fluxo da linfa vem da contração de músculos próximos, tais como aqueles usados para respirar e andar. Como nas veias, a direção do fluxo é regulada por válvulas de passagem única. Os grandes vasos linfáticos são interrompidos periodicamente por estruturas chamadas nódulos linfáticos, em forma de grão de feijão e com aproximadamente 2,5 cm de comprimento. Dentro do nódulo a linfa é conduzida através de canais também ocupados com massas de células chamadas macrófagos, que são especializadas em digerir corpos estranhos. Nestes nódulos também são encontrados e produzidos os linfócitos. Os linfócitos têm como função produzir anticorpos que inativarão substâncias estranhas e/ou microrganismos patogênicos. O aumento dos nódulos linfáticos em certas doenças, como a caxumba, é o resultado da acumulação dos linfócitos e macrófagos com os vírus mortos que eles capturaram.


Fluído Intersticial: Com 90% de água em sua composição relativamente próxima ao do plasma, o fluído intersticial serve para preencher a parte vazia entre as células e os vasos capilares sanguíneos. Sua presença tem como efeito favorecer a interação entre as duas estruturas. O excesso de líquido intersticial é tratado pelos capilares linfáticos, sendo transformados em linfa. Ela é, portanto, transportada até o pescoço, onde será reintegrada ao sistema sanguíneo pela veia subclávia esquerda.




Ducto TorácicoÉ o maior vaso linfático do corpo. Origina-se no abdome e desemboca na veia subclávia esquerda na sua junção com a veia jugular interna esquerda.


Grande Veia LinfáticaOriginados dos capilares, possuem 3 camadas, semelhantes as paredes das veias, e um número maior de valvas, que permitem a linfa fluir em uma única direção. Tais valvas dão a estes vasos uma característica única de colar de contas.


LinfaA linfa (L. água nascente/pura) é um líquido que se acumula no espaço intersticial, ou seja, entre os tecidos e que está presente nos vasos linfáticos. Devido a sua aparência chegou a ser chamada por Hipócrates de sangue branco. 


Nódulos Linfáticos: Os nódulos linfáticos são pequenas glândulas que filtram a linfa, o líquido transparente que circula no sistema linfático. Os nódulos linfáticos incham em resposta à presença de infecção e tumores. 


Macrófagos: O macrófago é uma célula derivada de um tipo de leucócito, omonócito, que é formado na medula hematopoiética. Os monócitos circulantes saem do sangue atravessando a parede dos vasos sanguíneos e se estabelecem no tecido conjuntivo se transformam em macrófagos. Os macrófagos são considerados fagócitos profissionais, isto é, células cuja função primária é a de fagocitar partículas, sejam elas restos celulares, partículas inertes ou micro-organismos.




LinfócitosSão pequenas estruturas ovais localizadas interpostas no trajeto dos vasos linfáticos. Sua função é criar uma barreira ou filtro contra a penetração, na corrente sanguínea, de microrganismos, toxinas ou substâncias estranhas e/ou nocivas ao organismo. Como resposta a uma inflamação, o linfonodo pode aumentar de tamanho e tornar-se dolorido formando o que vulgarmente se conhece como íngua. As causas mais comuns desse aumento são: Infecções, alergias, leucemia e linfomas (tumores no tecido linfóide).



Fontes:

http://biologia.ifsc.usp.br/bio2/apostila/apost-fisiol-parte2.pdf

http://saude.ccm.net/faq/2369-liquido-intersticial-definicao

https://pt.healthline.com/health/nodulos-linfaticos-inchados#Overview1

http://www.icb.usp.br/mol/4-17macrofago1.html

Ilustrações:

https://images.google.com.br/

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