MÚSCULO CARDÍACO
O músculo cardíaco difere tanto do músculo liso como do estriado, pelo fato de que suas fibras não existem como unidades separadas, mas sim por estarem de tal maneira conectadas, que formam uma grande rede protoplásmica. As estriações do músculo cardíaco são semelhantes às do músculo esquelético e as linhas Z estão presentes. As fibras musculares ramificam-se e interdigitam-se, mas cada uma é rodeada por membrana celular formando uma unidade completa. Onde a extremidade de uma fibra muscular limita-se com outra, as membranas de ambas colocam-se paralelamente em extensiva série de dobras. Estas áreas, que ocorrem sempre ao nível das linhas Z, são chamadas de discos intercalados. Eles 10 constituem união forte entre as fibras, mantendo coesão de célula para célula, de maneira que a atração de unidade contrátil pode se transmitir ao longo de seu eixo para a unidade vizinha. Ao longo dos lados das fibras musculares próximas aos discos, as membranas celulares das fibras adjacentes fundem-se por consideráveis distâncias. Elas permitem ao músculo cardíaco funcionar como se fosse um sincício, embora não existam pontes protoplasmáticas entre as células. No músculo cardíaco, o sistema T é mais localizado ao nível das linhas Z do que nas junções A-I, como é no músculo esquelético de mamífero. O músculo cardíaco, assim como o esquelético, contém miosina, actina, tropomiosina, troponina e um conteúdo numeroso de mitocôndrias alongadas, em contato íntimo com as fibrilas.
O CORAÇÃO COMO ÓRGÃO
É um órgão muscular que se contrai ritmicamente, impulsionando o sangue no sistema circulatório (fig.1). Suas paredes apresentam-se constituídas por três camadas: a interna, o endocárdio, a média, o miocárdio, e a externa, o pericárdio. O coração tem uma porção central fibrosa que lhe serve de ponto de apoio, é o esqueleto fibroso do coração. Além dessas estruturas, observam-se neste órgão as válvulas cardíacas e os sistemas gerador e condutor do estímulo cardíaco.
Fig. 1 - Esquema do coração em corte longitudinal. |
O coração é composto também por quatro divisões principais que são: átrio direito, ventrículo direito e átrio esquerdo, ventrículo esquerdo.
Separando os átrios dos ventrículos, encontramos a válvula tricúspide do lado direito e a válvula mitral ou bicúspide do lado esquerdo. Na saída da aorta e da artéria pulmonar também existem válvulas, as sigmoides. Todas as válvulas acima citadas tem como função impedir o refluxo de sangue.
Endocárdio: é constituído por endotélio apoiado sobre uma delgada camada subendotelial, de natureza conjuntiva frouxa. Unindo o miocárdio à camada subendotelial, encontramos um estrato subendocárdico de tecido conjuntivo, onde correm vasos, nervos e ramos do aparelho condutor do coração.
Pericárdio: é uma membrana de tecido conjuntivo fibro-elástico coberta por uma camada simples de
mesotélio, a qual, por sua vez, cobre outra camada delgada de tecido conjuntivo fibro-elástico também recoberto com mesotélio denominado epicárdio. Entre o epicárdio e o pericárdio existe um espaço, a cavidade pericárdica, que em condições normais de saúde, encerra cerca de 50 cm3 de líquido. Essa película ou líquido de lubrificação, entre o revestimento mesotelial do epicárdio e pericárdio, permite que o coração se mova livremente durante a contração e o relaxamento.
Miocárdio: é a porção muscular mais espessa da parede do coração e situa-se sob o epicárdio. É formado de músculo cardíaco.
O CORAÇÃO COMO BOMBA
As partes do coração funcionam, normalmente, numa seqüência ordenada. A contração dos átrios (sístole atrial) é seguida pela contração dos ventrículos (sístole ventricular), e durante a diástole, há relaxamento de todas as quatro câmaras (figura 2).
Fig. 2 - Sístole e Diástole. |
Devemos ter em mente que o termo pressão sistólica, no sistema vascular, refere-se à pressão máxima alcançada durante a sístole, e de modo semelhante à pressão diastólica refere-se à pressão mínima durante a diástole.
Fenômenos no fim da Diástole: No fim da diástole, as válvulas mitral (ou bicúspide) e tricúspide, entre átrios e ventrículos, estão abertas, ao passo que as válvulas aórtica e pulmonar estão fechadas. O sangue aflui ao coração durante toda a diástole, enchendo os átrios e os ventrículos. A velocidade de enchimento diminui à medida que os ventrículos se distendem e as válvulas atrioventriculares colocam-se em posição de fechamento. A pressão nos ventrículos permanece baixa.
Sístole Atrial: a contração atrial contribui com um volume adicional de sangue no enchimento ventricular, entretanto, cerca de 70% do enchimento ocorre passivamente durante a diástole. Os orifícios das veias cavas e pulmonares são estreitados pela contração do miocárdio atrial que os circunda, e a inércia do sangue que entra no coração tende a manter o sangue no seu interior.
Sístole Ventricular: no início da sístole ventricular, a mitral e a tricúspide estão fechadas. O músculo
ventricular tem inicialmente um encurtamento relativamente pequeno, mas a pressão intraventricular
aumenta agudamente. Este período é o isovolumétrico da contração ventricular durando cerca de 0,05 seg, quando a pressão do ventrículo ultrapassa a pressão diastólica da aorta (80 mmHg) e da artéria pulmonar (10 mmHg), as válvulas aórtica e pulmonar se abrem iniciando a fase de ejeção ventricular. Esta é inicialmente rápida, tornando-se mais lenta no decorrer da sístole. A pressão intraventricular eleva-se para, depois, diminuir um pouco, antes do fim da sístole.
Início da Diástole: quando o miocárdio ventricular acha-se completamente contraído, a pressão intraventricular, que já se encontra em declínio, diminui mais rapidamente. Esta fase é denominada protodiástole e termina quando a inércia do sangue ejetado é superada e as válvulas aórtica e pulmonar são fechadas. Após o fechamento das válvulas, a pressão continua a cair rapidamente durante a fase de relaxamento isovolumétrico dos ventrículos. Esta fase termina quando a pressão ventricular cai abaixo da atrial e abrem-se as válvulas atrioventriculares, permitindo o enchimento dos ventrículos. Inicialmente o enchimento é rápido, para depois diminuir à medida que a contração seguinte se aproxima. Após a sístole ventricular, a pressão atrial vai aumentando até que as válvulas atrioventriculares se abram, para depois diminuir e de novo elevar-se lentamente até a próxima sístole atrial.
Como vimos acima ambas as contrações sistólicas dos átrios e ventrículos ocorrem simultaneamente
formando uma frequência contínua denominada frequência cardíaca. Essa frequência, na espécie
humana, está na faixa de 70 - 80 contrações por minuto variando com o sexo, atividade física e outros
fatores que possam influenciá-la.
Fontes:
http://biologia.ifsc.usp.br/bio2/apostila/apost-fisiol-parte2.pdf
http://fisio.ib.usp.br/fisioteorica/artigos/fisio2/Sistemas%20Circulat%F3rios.pdf
http://www.ufrgs.br/livrodehisto/pdfs/6Circulat.pdf
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